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Veja o site com as outras edições do Festival A Gosto da Fotografia
Criado em 2004 pelo Instituto Casa da Photographia, o A GOSTO DA FOTOGRAFIA é hoje um dos mais importantes festivais do Brasil. Em sua 6ª edição, já trouxe grandes nomes da fotografia brasileira e internacional para a Bahia. O A Gosto passou por três fazes determinantes, sendo a primeira na edição inicial, realizada com recursos próprios, cujo resultado foi marco na proposta de projetos em Salvador. Em seguida, por dois anos, contamos com o apoio do BNB, para realização de edições que se estenderam por todo estado da Bahia. E por fim, a terceira e atual fase, onde firmamos além do apoio do Governo da Bahia, a parceria com a PINACOTECA DO ESTADO DE SÃO PAULO cujo objetivo é estabelecer um diálogo com os projetos expositivos e o acervo fotográfico do museu, a partir das pesquisas feitas por seu curador, o escritor DIÓGENES MOURA, também curador do A Gosto da Fotografia. Vale salientar, que o Festival é um dos únicos encontros a ter calendário anual no Brasil. Em 2010 tivemos como tema central questões relacionadas à Identidade e Memória. Esse pensamento aprofundou toda a programação através de EXPOSIÇÕES, ENTREVISTAS, PALESTRAS, FEIRAS DE LIVROS, OFICINAS, MOSTRAS DE FILMES e reuniões com DIRETORES DE FESTIVAIS DA AMÉRICA LATINA. Nessa edição contamos com a participação de Boris Kossoy, Thomaz Farkas, Ricardo Teles, Ana Lucia Mariz, Sabrina Pestana, Jovens Alunos da Oi Kabum, Rosely Nakagawa, Rubens Fernandes Junior, Luiz Felipe Pondé, Milton Guran, dentre outros renomados convidados.
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Um festival em busca da memória

Criado em 2004, o A Gosto da Fotografia, festival organizado e realizado pelo Instituto Casa da Photographia de Salvador, teve em cinco anos consecutivos, um constante crescimento em todos os aspectos no que diz respeito a sua estrutura funcional. Cresceu em atividades e em reconhecimento. Cresceu na capacidade de lidar com a complexidade de se realizar um festival que ultrapassa fronteiras, ano após ano, em um estado marcado pela cultura do som e dificuldade de manter viva a própria identidade. Em Salvador a imagem é pouco vista. A fotografia é pouco pensada.
Reunidos nos principais museus e galerias da cidade de Salvador, o A Gosto da Fotografia, em sua 5ª edição, é marcado por três importantes ações. A primeira por trazer a Bahia, graças à parceria com a Pinacoteca do Estado de São Paulo, o maior projeto de fotografia do país já realizado em comemoração ao ano da França no Brasil: um time de nomes consagrados que nos sinaliza toda a intensidade e miscigenação de um país chamado Brasil. Num segundo momento temos a presença de um dos maiores fotógrafos que a Bahia já teve conhecimento, se é que teve: Voltaire Fraga. São imagens de uma cidade esquecida junto à sua própria história e à história na vida desse artista. E por fim, o ingresso do festival na REFLA – Rede de Festivais e Encontros de Fotografia da América Latina. Após algumas reuniões anuais, realizada em Buenos Aires e Porto Alegre, ficou deliberado que cada um dos mais de treze festivais integrantes da rede, realizará uma mostra com a produção fotográfica latino-americana. No A Gosto essa ação será realizada a partir de 2010.
Nesta edição damos continuidade à pesquisa, e ao dialogo entre identidade e memória, tendo como curador o jornalista Diógenes Moura. São fotos de interiores, fotos de dentro do mar, fotos de monumentos em ruínas, fotos de uma vida cotidiana que cruza o tempo entre 1935 e 2009. É um festival marcado por uma crise mundial e por uma possibilidade de criar, a partir de encontros com pensadores, documentários realizados pelo fotógrafo Jean Manzon entre as décadas de 1960 e 1970 e por oficinas. Um festival ao gosto da fotografia. Um festival, A Gosto da Fotografia.
Marcelo Reis . Diretor A Gosto da Fotografia
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A GOSTO DA FOTOGRAFIA – 7ª edição, 2019









7ª edição do festival A Gosto da Fotografia aconteceu na Caixa Cultural Salvador O Festival “A Gosto da Fotografia” foi criado em 2004 para contribuir com o cenário da fotografia na Bahia oferecendo aos participantes o contato com a produção de artistas, pesquisadores, curadores e críticos, sendo interrompido em 2010 por mudanças nas políticas de apoio e incentivo à cultura.
Como forma de voltar a inserir a Bahia no cenário nacional de reflexão e circulação da imagem fotográfica, de 13 de julho a 11 de agosto de 2019 será realizada a 7ª edição do Festival A Gosto da Fotografia com curadoria do fotógrafo e jornalista Marcelo Reis, através de uma programação que abrange um público de fotógrafos, artistas e interessados em diferentes áreas do conhecimento ao ser apresentado ao público o tema “O Olhar: o que vemos nos
afeta.”, que propõe um panorama do modo de ver e compreender a fotografia a partir de olhares distintos, sobre aspectos diversos de temas e propostas presente no cenário da fotografia contemporânea, seja ela baiana ou não. Nesta proposta curatorial, não estará em questão o que será visto ou mostrado, e sim o que cada artista pretende “falar” com ou sobre o seu trabalho, o seu olhar. O festival conta com o apoio da Caixa e a realização do Instituto Casa da Photografia e da Trevo Produções.
Nesta edição o “A Gosto da Fotografia” apresenta uma Mostra coletiva organizada pelo Diretor do projeto, o fotógrafo e jornalista, Marcelo Reis, reunindo obras de 30 fotógrafos baianos, ou residentes na Bahia, como Adenor Gondim, Arlete Soares, Bauer Sá, EvandroTeixeira, Lita Cerqueira, Mário Cravo Neto, Voltaire Fraga, dentre outros importantes fotógrafos, além de obras do fotógrafo franco brasileiro Pierre Verger que tanto retratou a Bahia para o mundo.
O festival A Gosto da Fotografia tem uma importância histórica no cenário da Fotografia na Bahia, promovendo acesso às pesquisas, teorias e inovações no campo da fotografia. Em pesquisa realizada no primeiro semestre de 2018, durante o Encontro de Festivais de Fotografia do Brasil, a Rede de Produtores Culturais da Fotografia no Brasil identificou que o público baiano está em quarto lugar em todo Brasil em número de participações médias anuais dos festivais brasileiros, indicando um forte interesse nesses ambientes e na temática
da fotografia. A oportunidade de retorno do Festival representa uma oportunidade para acomunidade artística de usufruir um evento estimulante.
A Mostra coletiva O Olhar: o que vemos nos afeta, com curadoria de Marcelo Reis, reúne obras de 30 fotógrafos baianos, ou residentes na Bahia e a participação do lendário ferramenteiro de Santos da Bahia, Zé Adário, que será homenageado em uma sala especial junto a Adenor Gondim, Mário Cravo Neto e Pierre Verger:
1. Adenor Gondim
2. Álvaro Vilela
3. Andrea Fiamenghi
4. Aristides Alves
5. Arlete Soares
6. Bauer Sá
7. Christian Cravo
8. Diego Sei
9. Eriel Araújo
10. Evandro Teixeira
11. Fábio Duarte
12. Flávia Cirne
13. Francisco Vieira
14. Gilmar Cruz
15. Hirosuke Kitamura
16. Ismael Silva
17. Ivã Coelho
18. Jaime Lemos
19. Lita Cerqueira
20. Mara Mércia
21. Márcio Lima
22. Mario Cravo Neto*
23. Mauricio Serra
24. Pepe Fiorentino
25. Pico Garcez
26. Pierre Verger*
27. Ricardo Sena
28. Valéria Simões
29. Vinicius Xavier
30. Voltaire Fraga
Zé Adário* – Participação especial com a obra tridimensional – OGUN, OXOSSI E ASSAIM EM ORATÓRIO
* homenageados
Programação do evento (temas e palestrantes):

➔ Feira de livros fotográficos de autores baianos
Todos os finais de semana, de 13 de julho a 11 de agosto, das 09 até 17hs
➔ Seminários O Olhar na fotografia baiana
Sábados, de 13 de julho a 10 de agosto, das 15h até as 18hs
13.07 – seminário de abertura – horário diferenciado dos demais: 15hs – 18hs [uma hora por mesa] O olhar de Rui Rezende na documentação da biodiversidade da Bahia, autor de mais de cinco livros publicados sobre a biodiversidade do bioma baiano. Ao final das falas haverá sessão de autógrafos por parte do autor Rui Resende.
O Olhar na fotografia baiana – participam da mesa o curador do festival, Marcelo Reis e os artistas expositores Andrea Fiamenghi; Álvaro Vilela; Flavia Cirne; Jaime Lemos.
20.07 – seminários 02
O Olhar na fotografia baiana a partir do acervo da Galeria Paulo Darzé – Thaís Darzé Curadora da Galeria Paulo Darzé;
A construção de um Olhar, A Fotografia no Espaço Pierre Verger de Fotografia, Alex Badarel, Curador da Fundação Pierre Verger
27.07 – seminários 03
O percurso do Prêmio Pierre Verger de Fotografia – Renata Dias, Diretora geral da Fundação Cultural do Estado da Bahia;
Prêmio Mário Cravo Neto de Fotografia, perspectivas para um cenário da pesquisa e difusão na Fotografia – Christian Cravo, Gestão Instituto Mário Cravo Neto
03.08 – seminários 04:
Olhares que Transformam: Uma experiência educativa com fotografia em Itinga, Lauro de Freitas-BA, Carol Garcia – Fotógrafa, jornalista e mestra em Gestão e Tecnologias Aplicadas à Educação pelo GESTEC-UNEB; O emprego da fotografia em Trabalhos de Conclusão do Curso de Jornalismo da Universidade Federal do Recôncavo, UFRB – Juciara Nogueira – Professora da UFRB. Doutora em Cultura e Sociedade. Mestra em Artes Visuais;
10.08 – seminários 05:
A semiótica do olhar fotográfico – Cid Ávila. Doutor em Comunicação e Semiótica pela PUCSP. Professor do Curso de Design da UNEB: A consumação do invento da fotografia na primeira metade do séc. XIX funda um novo paradigma de produção de imagens, um novo modo de registrar os fenômenos do mundo que, consequentemente, molda um novo olhar. Tudo isso requer uma nova estratégia de produção de sentido, solidária ao código fotográfico, no campo da visualidade. Na contemporaneidade, a fotografia convive e hibridiza-se com outros modos de produção de imagens, atualizando e reconfigurando seus modos de produção de sentido, ou seja, suas estratégias semióticas. Apontar estas estratégias é o objetivo desta palestra que também visa à introdução de uma semiótica da fotografia.
Alquimia visual fotográfica – Eriel Araújo é fotógrafo – artista visual. Doutor em artes visuais pela UFRGS, onde defendeu a tese sobre imagens transitórias e possíveis interações entre oreal e o imaginário, presentes nos processos fotográficos. Sua produção fotográfica estabelece relações conceituais, alquímicas e visuais sobre ações antrópicas frente à temporalidade e transformações de ordem social. Participou de várias exposições coletivas e individuais, salões e bienais nacionais e internacionais.
O olhar é uma ficção, algo que se manifesta no indivíduo, constituído pelos princípios óticos e capacidades interpretativas. Pensando assim, imagens fotográficas são construídas como narrativas poéticas que buscam ficções em outros olhares. Uma alquimia visual elaborada a partir de processos fotográficos digitais atuais e técnicas fotográficas antigas para produção de uma imagem.
➔ Workshops de Fotografia: Aos domingos das 09h até as 12hs
14.07 – Fábio Duarte – Pictorialismo na fotografia de Celular;
21.07 – Carlos Ferrari – Usos e funções para a fotografia como artefato;
28.07 – Ricardo Sena – O processo de impressão e a fotografia Fineart.
04.08 – Marcelo Reis – A Descoberta da Sombra – workshop de iluminação em fotografia;
Maratona Fotográfica, Sábado dia 27.07 das 09 até as 12hs
A Maratona será coordenada pelo fotógrafo Marcelo Reis e tem por objetivo oferecer orientações técnicas estéticas acerca do olhar na arte cemiterial realizando uma caminhada dentro do parque artístico do cemitério Campo Santo.
Inscrições de 20 a 26 de julho na Caixa Cultural Salvador (Rua Carlos Gomes, 57, Centro)
O Olhar: o que vemos nos afeta
O que o Olhar quer nos dizer? Acreditávamos que a Fotografia em sua maioridade, por si só, seria capaz de dar conta do Fenômeno que vivenciamos, fotografando. Até que chega o
Pensamento, o irmão consequente da Fotografia e desestabiliza tudo: a verdade vai ao chão.
Era a Fotografia uma grande mentira? Aquilo não era mais aquilo, e nem isto é mais isto.
Apenas é.
Sim, mas então, o que é O Olhar? Tão complexa quanto a pergunta será a resposta, e para iniciarmos uma possibilidade de desenvolvimento da ideia aqui apresentada, é que surge a proposta desta mostra: O Olhar: o que vemos nos afeta, coletiva de fotografias composta por trinta pensamentos distintos de uma mesma Fotografia, a baiana.
Cada um dos fotógrafos e fotógrafas que gentilmente disseram sim ao convite para resumir em imagens seus pensamentos aqui, dizem algo que não será alcançado meramente com os olhos.
Aos Olhos será permitido mergulhar até determinada extremidade espacial, ao Pensamento não, a ele será dado a condição da mais profunda das viagens, um retorno ao nosso ponto zero, o mesmo de Bavcar, um encontro com nosso big ben. Com o Pensamento traremos a luz questões antes nunca vistas. Os Olhos não, eles só creem no que veem não se permitindo transcender a sua própria natureza.
Dito isso, o que pode também ser compreendido como dito nada, devo acrescentar que, este conjunto consistente de imagens – Fotografias, por ocasião da realização da 7ª edição do Festival A Gosto da Fotografia, é um signo, não de estrelas, mas de Pensamentos, uma verdadeira nuvem de ideias. Será necessário fechar os olhos para que possamos ver algumas das imagens mentais, aqui mostrada neste conjunto da Caixa Cultural.
Hoje na Fotografia prevalece um Fenômeno, é o que estamos pretensiosamente, tentando mostrar: o que vale não é o que será visto ao longo do salão, o que vale, é o que conseguirá dizer cada um dos que aqui se fazem presente, com o que se mostra. Será necessário ficar atento.
Obviamente que toda essa provocação tem como único objetivo: levar a uma reflexão, a uma sensação a uma Fotografia, a um corpo, a uma alma e por fim: a um Pensamento. Os verdadeiros fotógrafos já sabem: o Pensamento vai ou já está dominando o mundo, não por sua força, mas por seu poder de convencimento.
Marcelo Reis
Fotógrafo e Jornalista
Curador
A Gosto da Fotografia, julho de 2019, 7ª edição
Texto aos homenageados por Emanoel Araújo

Quatro Homenageados no Festival A Gosto da Fotografia
Há entre esses artistas o que se poderia chamar de uma união espiritual indiscutível, não só pela estética mas sobretudo pelos laços profundos de uma Bahia misteriosa, que deixa que aconteça no seu leito esses visionários a despertar no âmago de sua riqueza seus costumes,e sua ancestralidade, revelada apenas pelos poucos olhos sensíveis para desvendar a magiada terra baiana.
Pierre Verger, Mario Cravo Neto, Adenor Gondim e José Adário dos Santos. Três Fotógrafos, três grandes intérpretes de uma Bahia religiosa e sagrada.
E José Adário dos Santos um escultor. Unidos por essas imagens reveladoras. Sua escultura sai da visualidade desses três fotógrafos mas, se apresenta, pelo mesmo, em buscar a expressão que une todos, em todos os tempos, como um escrivão de linhas mágicas no espaço da imaginação.
Emanoel Araújo
Diretor do Museu Afro Brasil, São Paulo
Julho de 2019
A GOSTO DA FOTOGRAFIA – 6ª edição, 2010
Festival A Gosto da Fotografia 2010 mostra em Salvador inéditos de Thomaz Farkas e Boris Kossoy propondo que o pensamento descubra a imagem
Abertura 29 de julho, às 19h, na sede da Oi Kabum! Salvador.
Demais espaços: Museu de Arte Moderna da Bahia, Museu de Arte da Bahia, Museu da Misericórdia e Galeria Solar Ferrão estão no circuito
Um dos mais representativos festivais de fotografia no Brasil, o A Gosto da Fotografia chega ao sexto ano com uma programação de exposições, palestras, filmes e oficinas nos principais museus e espaços culturais da capital baiana. O projeto realizado pelo Instituto Casa da Photographia, de Salvador, em parceria com a Pinacoteca do Estado de São Paulo e patrocinado pela Oi e Fazcultura, programa desenvolvido pela Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, e com apoio da Oi Futuro, tem como destaque uma grande leitura nas obras dos fotógrafos Thomaz Farkas e Boris Kossoy.
A programação inicia no dia 29 de julho, às 19h, na sede da Oi Kabum! Salvador (Terreiro de Jesus/Pelourinho) com duas mostras de imagens produzidas pelos alunos da escola de arte e tecnologia. Em Caymmi na Lata, os jovens apresentam uma coletânea que mistura o pinhole com intervenções gráficas e tipografia para homenagear o mestre Dorival Caymmi. E Olha aí o Pelô traz novos olhares e recortes, revelando os tantos tesouros desconhecidos e às vezes ignorados por boa parte da cidade. A abertura conta também coma encenação do monólogo Eu, Quem? Um Retrato em Preto e Branco feito pelo curador do A Gosto da Fotografia Diógenes Moura, também escritor, editor e curador de Fotografia da Pinacoteca do Estado de São Paulo. Ele destaca a parceira com a Oi Kabum! Salvador como fundamental a longo prazo para criar “novas propostas de entendimento e formação de um olhar atento em relação às questões ligadas à preservação da memória numa cidade tão massacrada”.
As imagens

Retrato do fotógrafo brasileiro Thomaz Farkas, 2005
Com cerca de 120 imagens, muitas delas inéditas, a mostra Thomaz Farkas – O Tempo Dissolvido apresenta uma leitura na obra de Farkas (Hungria,1924), um dos pioneiros da fotografia moderna no Brasil, com registros das últimas seis décadas. A montagem traz também uma série colorida produzida em Salvador, nos anos de 1970, no Mercado Modelo, Avenida Sete de Setembro e no bairro de Alagados.
A mostra vem sendo pensada por Moura desde que o fotógrafo apresentou a exposição O Brasil e Brasileiros no Olhar de Thomaz Farkas na Pinacoteca do Estado de São Paulo, em 2006. Com apoio do Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA) e do Instituto Moreira Salles, que preserva a obra do fotógrafo, o projeto se completa com a exibição dos filmes da mostra intitulada Thomaz Farkas e a Condição Humana. A exposição (abertura no dia 02 de agosto, segunda-feira, às 19h, em cartaz até 03/10) e o Ciclo de Cinema acontecem no MAM-BA.
Outro destaque do A Gosto em 2010 é a mostra O Caleidoscópio e a Câmara, de Boris Kossoy (São Paulo, 1941), um dos maiores pesquisadores sobre fotografia no Brasil e precursor do realismo fantástico no país (abertura no dia 30 de julho, sexta-feira, às 19 horas, em cartaz até 05/09), no Museu de Arte da Bahia (MAB). A exposição do autor do Dicionário Histórico-Fotográfico Brasileiro (Ed. IMS – Instituto Moreira Salles, 2002) apresenta cerca de 140 imagens, coloridas e em preto e branco, que contemplam desde o seu primeiro registro feito na Avenida São João, em São Paulo, em 1955, até a série de inéditos produzidos nas últimas duas décadas, período em que o artista se recolheu. O Caleidoscópio e a Câmara é o resultado desse “silêncio” e revela Kossoy sempre sutil em composições que ao mesmo tempo levantam considerações entre o trágico e o real, o homem e seus dias. Para expandir o pensamento sobre sua obra, Kossoy conversa com o público no dia 31 de julho (sábado) às 17h, no Museu de Arte da Bahia. As inscrições são feitas no local ou através do telefone 3117-6902.
Os trabalhos O Lado de Lá de Ricardo Teles, na Galeria Solar Ferrão, (abertura dia 03, terça-feira, às 19h, em cartaz até 26/09) e Alma Secreta de Ana Lucia Mariz, no Museu da Misericórdia (abertura dia 04, quarta-feira, às 19h, em cartaz até 12/09), dão seguimento à ideia curatorial desta edição, que é preservar a memória a partir da fotografia. “O que estamos fazendo é um trabalho de formação de público, de descoberta de novas sensações, de caminhos que nos façam perceber como este encontro poderá atuar na construção de um pensamento mais universal e acolhedor. Esse é um momento em que a fotografia e suas relações com a filosofia, com a literatura, sua descoberta como arte e as questões sempre tão profundas ligadas à nossa história e memória vem ganhando discussões em todos os grandes encontros no mundo”, considera Moura.
A exposição de Ana Lucia Mariz (São Paulo, 1965) composta por cerca de 30 imagens, todas em preto e branco, feitas a partir da técnica light painting, cria um mundo imaginário extraído de sonhos e da realidade cotidiana. Já a de Ricardo Teles (Porto Alegre, 1966) apresenta uma série com 30 fotografias, construindo um documentário sobre a vida cotidiana e suas relações com a arte e religiosidade em Angola, Benin e Congo. Esses trabalhos se integram ao mostrarem aspectos do patrimônio material e imaterial: “O que está dentro, o que está fora, o que se preserva e o que se destrói”, destaca o curador.
Completa o panorama a série Sem Ponto Final, sete retratos do artista baiano Mario Cravo Neto (Salvador, 1947-2009) feitos pela fotógrafa Sabrina Pestana (São Paulo, 1984), dois meses antes da morte do fotógrafo ocorrida em agosto de 2009. A homenagem do A Gosto a Cravo Neto é também inaugurada no Museu da Misericórdia, no dia 04, quarta-feira, às 19h, e fica em cartaz até 12/09.
![SP-1973-Portrait do Sr Americo [300]](https://casadaphotographia.org/wp-content/uploads/2024/04/sp-1973-portrait-do-sr-americo-300.jpg?w=640)
O pensamento
A parte reflexiva do festival conta com o Ciclo de Palestras intitulada A Transparência e o Obstáculo, entre os dias 5 e 7 de agosto, na Galeria 1 do MAM–BA. A abertura do ciclo acontece na quinta, às 18h30min, com a pesquisadora e curadora Rosely Nakagawa, que apresenta Homenagem a Thomaz Farkas. Na sexta, também às 18h30min, o evento conta com a presença do filósofo e articulista da Folha de São Paulo Luiz Felipe Pondé que aborda o tema Mulher: Santa ou Prostituta?, uma observação sobre o universo feminino na obra do fotógrafo francês Antoine D’Agata. Completa a parte reflexiva o jornalista, crítico e doutor em Comunicação e Semiótica, Rubens Fernandes Junior, que discorre sobre a Fotografia como Memória – O Processo de Criação, no sábado, às 16h30min. As inscrições para as palestras são feitas no local ou através do telefone 3117.6139.
Para estimular a cultura da fotografia entre a nova geração, O A Gosto da Fotografia promove através do GiRO Grupo de Design Social a oficina Câmera Lata com pinhole, máquina artesanal, para jovens que estudam na instituição entre os dias 09 e 20 de agosto, das 14h30min às 17h 30min, na Casa – Museu Solar Santo Antônio.
O diretor do Instituto Casa da Photographia, Marcelo Reis, conta que o A Gosto nasceu como forma de suprir uma lacuna de projetos na Bahia. “Ao mesmo tempo em que queremos manter um diálogo mais próximo com a produção local, a parceria com a Pinacoteca nos possibilita trazer um panorama da produção nacional e internacional para Salvador”, analisa Reis. Para o curador do festival, “será sempre um desafio, ainda com orçamento tímido propor um instante de silêncio e reflexão para que essa população tão desprotegida e solitariamente barulhenta possa contemplar a obra de artistas e pensadores representativos na formação deste país também belo e agonizante”.
O A Gosto da Fotografia está inserido na Rede de Produtores Culturais da Fotografia no Brasil, que visa estabelecer um canal de comunicação entre os diversos setores da fotografia brasileira e o governo. Em dezembro passado, a comissão da Rede redigiu a Carta de Paraty, entregue ao Ministro Juca Ferreira. Como resultado desse encontro, a Funarte lançou o maior número de editais de fotografia dos últimos tempos, destacando-se entre eles, a reedição do Prêmio Marc Ferrez e um edital específico para festivais e encontros de fotografia.
Sobre o Instituto Casa da Photographia:
Criado há 13 anos por Marcelo Reis, o instituto mantém cursos técnicos e conceituais, possui espaço para pesquisas e promove caminhadas fotográficas por várias cidades do recôncavo e demais regiões do estado da Bahia, além de divulgar projetos e trabalhos de novos talentos, contando também com o apoio de fotógrafos veteranos. A partir do ano de 2001 firmou parcerias com diversas empresas e instituições públicas. Hoje o Instituto Casa da Photographia (Santo Antônio Além do Carmo/ Salvador) mantém parceria com a Pinacoteca do Estado de São Paulo na realização do A Gosto da Fotografia que nesta sexta edição, reúne grandes nomes da fotografia nos principais museus e galerias da cidade de Salvador.
Sobre a Pinacoteca do Estado de São Paulo:
É o museu de arte mais antigo de São Paulo e certamente um dos mais importantes do país, inaugurado no dia 24 de dezembro de 1905. Ao longo destes mais de 100 anos, o balanço de realizações é significativo: um acervo de mais de 8 mil obras, nas mais diversas técnicas e de diferentes autores, que oferece um abrangente panorama da arte brasileira dos séculos XIX e XX; maciça presença de visitantes (mais de um milhão somente nos três últimos anos); dois prédios com mais de 20 mil m² de instalações técnicas adequadas: o centenário edifício da Luz, onde foi criada, e, mais recentemente, o antigo prédio do Deops, atual Estação Pinacoteca; publicações que se constituem em referência básica da história de nossas artes visuais e mostras que revelaram e consagraram criadores e obras as mais distintas; conhecimento e experiência consolidados em todas as áreas do campo museológico, da conservação e restauro à educação para públicos especiais.
Fonte: www.pinacoteca.org.br

Endereço e horário de visitação das exposições
Thomaz Farkas – O Tempo Dissolvido (Thomaz Farkas)
Museu de Arte Moderna da Bahia: Av. Contorno, s/n, Solar do Unhão, Salvador – Bahia . Visitação: Terça a domingo, 13h às 19h; sábado, 13h às 21h. Telefone (71) 3117.6139. Estacionamento gratuito
O Caleidoscópio e a Câmara (Boris Kossoy)
Museu de Arte da Bahia: Av. Sete de Setembro, nº2340- Corredor da Vitória
Salvador, Bahia. Visitação: Terça a sexta, 14h às 19h. Sábado, domingo e feriados: 14h30 ás 18h30. Tel: (71) 3117-6902
Alma Secreta (Ana Lucia Mariz) e Sem Ponto Final (Sabrina Pestana)
Museu da Misericórdia: Rua Da Misericórdia, nº 6, Centro (Praça da Sé) – Salvador – Bahia. Visitação: segunda a sábado, 10h às 17h; domingos e feriados, 13h ás 17h. Telefone: (71) 3322-7355
O Lado de Lá (Ricardo Teles)
Centro Cultural Solar Ferrão: Rua Gregório de Mattos, nº45, Pelourinho – Salvador Bahia. Visitação: terça a sexta, 10h as18h; fins de semana e feriados, 13h às 17h. Telefone: (71) 3117.6357.
Caymmi na Lata e Olha aí o Pelô (Jovens do Núcleo de Fotografia da Oi Kabum! Salvador)
Oi Kabum! Salvador: Terreiro de Jesus, nº 17, Pelourinho. Salvador, Bahia
A GOSTO DA FOTOGRAFIA – 5ª edição, 2009
A Gosto da Fotografia ano 2007
Em quinta edição, o festival A Gosto da Fotografia renova parceria com a Pinacoteca do Estado de São Paulo e promete movimentar o panorama cultural de Salvador com mostras inéditas de fotógrafos brasileiros e estrangeiros.
De 31 de julho a 13 de setembro, a cidade de Salvador volta a sediar o já consagrado festival A Gosto da Fotografia, um dos mais expressivos e criteriosos projetos sobre fotografia no Brasil. Em sua quinta edição, o evento promete uma programação diversificada. Logo de início, no Palacete da Artes haverá a abertura da exposição inédita À Procura de um Olhar – fotógrafos franceses e brasileiros revelam o Brasil, com cerca de 100 imagens – mostra que integra o Ano da França no Brasil. No mesmo espaço também poderá ser vista a obra do fotógrafo baiano e grande homenageado desta edição do evento, Votaire Fraga. Completando o projeto estarão em destaque trabalhos dos fotógrafos Vânia Toledo, Ieda Marques, Marc Dumas e Sérgio Benutti, além de palestras, entrevistas e exibições de filmes que ocuparão alguns dos mais importantes espaços culturais da cidade.
O A Gosto da Fotografia foi criado e é promovido pelo Instituto Casa da Photographia, escola e produtora baiana fundada há 12 anos, sob direção do fotógrafo Marcelo Reis, em parceria com a Pinacoteca do Estado de São Paulo. A curadoria do projeto leva a assinatura do jornalista, escritor e roteirista Diógenes Moura, também Curador de Fotografia da Pinacoteca. Moura, seguindo a linha conceitual do festival, promete reunir nomes representativos da fotografia brasileira e internacional, lançando olhares sobre diferentes temas sempre no âmbito da identidade e da memória.
Como diz o curador, o projeto aposta na formação do público como garantia da valorização continuada de uma arte – a fotografia – repleta de significados e possibilidades de criação. Por isso mesmo, o festival pretende ampliar, nesta sua edição 2009, as perspectivas de informação e aprofundamento de conteúdos em torno da arte fotográfica, confrontando idéias, conceitos e olhares.
O grande homenageado do evento deste ano é o fotógrafo baiano Voltaire Fraga. Ainda que desconhecido por muitos, trata-se de um dos mais importantes memorialistas brasileiros do século XX. Seu trabalho documental, realizado entre as décadas de 1930 e 1970, retratou o cotidiano de Salvador e seus habitantes sob os mais diferentes aspectos: arte, religiosidade, ancestralidade, urbanismo, comportamento, etc. Morto aos 94 anos sem o devido reconhecimento que merecia, deixou uma obra única na sua capacidade de desvendar a cidade onde nasceu e que tanto amava.
A obra de Voltaire Fraga estará na programação do A Gosto da Fotografia através da exposição Abundante Cidade – Dessemelhante Bahia, especialmente pensada para ser exibida na Pinacoteca do Estado de São Paulo resultado de uma pesquisa sobre um acervo que chega a reunir cerca de dois mil negativos, incluindo placas de vidro. Vale observar que uma fatalidade reduziu o acervo do fotógrafo ao número atual de imagens: no início de 1981, um temporal invadiu sua casa, no bairro dos Aflitos, inutilizando mais de 10 mil negativos. Ainda assim, Voltaire Fraga cuidou do material que lhe restou e muito lutou, em vão, para mostrá-lo e deixá-lo protegido para o futuro. Uma única exposição, realizada na Galeria Pierre Verger, em 1999, reuniu 30 fotografias de seu vasto e importante trabalho.
Destaques da programação
O festival A Gosto da Fotografia será aberto no dia 31 de julho com a mostra À Procura de um Olhar, integrante da programação cultural do projeto Ano da França no Brasil e que terá Salvador como segunda cidade (depois de São Paulo) de seu roteiro itinerante pelo país. A exposição destaca o trabalho de três fotógrafos de origem francesa com expressiva atuação na história da fotografia brasileira: Pierre Verger, Marcel Gautherot e Jean Manzon. Nesse núcleo será feita uma homenagem ao pensador Claude Lévi-Strauss, que fotografou São Paulo entre os anos de 1930 e 1935 quando viveu no Brasil. Cada qual em seu território criativo e utilizando linguagem própria, eles lançaram olhares “estrangeiros” sobre a realidade brasileira, ajudando à compreensão dessa realidade sob a perspectiva da arte fotográfica, revelando novos parâmetros de entendimento.
A mostra vai além ao incluir também o trabalho de três fotógrafos franceses da atualidade, provocando a leitura dos percursos realizados pelas obras de Verger, Gautherot e Manzon. Os fotógrafos Bruno Barbey, Olívia Gay e Antoine D’Agata vieram especialmente ao país para uma jornada de trabalho nas cidades São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Salvador, São Luiz e Belém. Completa a mostra uma terceira vertente: os fotógrafos brasileiros Luiz Braga, Tiago Santana e Mauro Restiffe desenvolveram um diálogo entre as imagens históricas existentes e as imagens realizadas pelos fotógrafos franceses convidados.
O resultado disso é uma exposição com cerca de 100 imagens (P&B/Cor) dos dez fotógrafos, sendo que as fotografias do núcleo de história e memória foram ampliadas a partir dos originais dos artistas, existentes na Fundação Pierre Verger, em Salvador, no Instituto Moreira Salles (Gautherot e Lévi-Strauss) e na CEPAR, escritório que detém os direitos das imagens de Jean Manzon.
Além disso, a programação da quinta edição do A Gosto da Fotografia destaca o trabalho de quatro importantes fotógrafos brasileiros: Vânia Toledo, Marc Dumas, Ieda Marques e Sérgio Benutti. Cada um apresentará ao público, em períodos distintos e espaços diferentes, uma mostra que espelha a sua produção fotográfica de acordo com diferentes focos e perspectivas.
Vânia Toledo – Apresenta a mostra Diário de Bolsa- Instantâneos do Olhar, que reúne dezenas de imagens produzidas com sua Yashica de estimação, sempre guardada na bolsa para um eventual fragrante. Desta forma, ela documentou uma geração: artistas, amigos, conhecidos, desconhecidos. Gente em momentos descontraídos, espontâneos, vibrantes – instantâneos de um tempo perdido entre a inocência e a ousadia.
Sergio Benutti – Apresenta a mostra A Construção de uma Memória, que tem como ponto de partida a restauração da segunda etapa da Santa Casa de Misericórdia da Bahia, que nasceu junto com a cidade de Salvador, em 1949. Benutti documentou o processo de restauro do rico acervo da instituição, que reúne cerca de 1.800 obras, entre pinturas, mobiliário, azulejaria, imaginário, alfaias e documentos raros.
Ieda Marques – Apresenta a exposição Luz do Interior, que retrata o clima e a riqueza cultural no cotidiano das cidades da Chapada Diamantina, na Bahia. Seu alvo de observação é a cozinha, espaço doméstico impregnado de significados, ambiente de intimidade da família, extrato de uma sociedade com traços culturais que beiram o encantamento.
Marc Dumas – Apresenta a mostra Porto da Barra – literalmente, um mergulho fotográfico no mar daquela que é uma das mais famosas e badaladas praias de Salvador. Dumas fotografa pessoas e embarcações que ali navegam. Sempre associando a presença humana ao mar que emoldura o ambiente.
Em tempo
O festival A Gosto da Fotografia ocupará este ano os seguintes espaços: Palacete das Artes, Solar do Ferrão, Santa Casa de Misericórdia, Galeria ACBEU e Galeria do Conselho Estadual de Cultura. Além disso, haverá exibição de filmes na Sala Walter da Silveira e ações na Escola Pracatum, no Candeal. As mostras são gratuitamente abertas ao público.
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ano_l_fotografia para todos os gostos

A arte fotográfica torna-se o foco dos acontecimentos culturais da capital baiana no próximo mês. Organizando uma série de exposições, discussões, palestras, workshops, leituras de portfolio e mostras de vídeos simultâneas em diversos pontos de Salvador (BA), a Casa da Photographia prepar a A Gosto da Fotografia, em homenagem ao dia mundial do seu descobrimento: 19 de agosto. Serão quase 15 profissionais expondo e debatendo nas galerias e faculdades de comunicação da cidade e 20 iniciantes talentosos, ex-alunos da Casa. “Fotograficamente falando, a Bahia está muito parada em eventos. São poucos debates e fotógrafos escoando suas obras. Com a Semana, queremos mostrar o potencial que Salvador tem e muitos, até mesmo da área, não conhecem”, fala Marcelo Reis, criador da idéia e fundador da Casa da Photographia (www.casadaphotographia.art.br).
A abertura será com as obras dos fotógrafos Marcelo Reis, Valéria Simões, Isabel Gouvêa e Eriel Araújo, Caetano Dias, Marcio Lima e Roberto de Souza 30 de julho (sábado), na Associação Cultural Brasil – Estados Unidos (ACBEU). Dia 12 de agosto (quinta), os mesmos artistas irão compor a mesa de discussão sobre produção cultural da fotografia na Bahia. A fotógrafa Alice Ramos, conhecida por sua visão que privilegia a estética das “gordinhas”, é homenageada no foyeur do Teatro Vila Velha. Já no Cine Sala de Arte Bahiano de Tênis, o destaque é Antonio Olavo e no Cine XIV, Juarez Paraíso. Os três conhecidos fotógrafos irão expor nos espaços culturais, juntamente com os ex-alunos da Casa da Photographia.
Outro ponto forte da programação é o encerramento da primeira oficina do projeto “Um olhar sobre a Vila América”; mais uma idéia da Casa da Photographia; dia 19 de agosto, na Fundação Pierre Verger. “Trabalhamos com 20 jovens residentes na comunidade da Vila América, durante o primeiro semestre de 2004. Eles desenvolveram atividades de pesquisa e registro, usando como ferramenta principal a fotografia PinHole”, explica Marcelo Reis. Com patrocínio das Lojas Minilab a técnica foi aprendida em aulas realizadas na Fundação da Pierre Verger. Aprovado pelo Conjunto Cultural da Caixa, as atividades de ensino do Pinhole seguem durante todo o segundo semestre de 2004.
Pra quem procura conselhos sobre o material que anda produzindo, a dica é as leituras de portfolio com mestres da fotografia baiana. Mr. Tym (moda), Rejane Carneiro (fotojornalismo), Antonio Olavo (fotodocumental) Almir Bibbillatti (publicidade) e Alice Ramos (foto arte) estarão a disposição de quem deseja uma opinião mais apurada de suas fotografias. Toda a programação, inclusive os workshops serão gratuitos.
Fotógrafa homenagiada_ALICE RAMOS
Ex-aluna do curso de Design da Escola de Belas Artes da UFBa, Alice Ramos começou a atuar como fotógrafa autônoma em 1992. Realizou estágios em estúdios e laboratórios baianos e durante um ano e meio trabalhou como repórter fotográfica do caderno de cultura do jornal Correio da Bahia. Mas foi a partir de 1995 que seu nome começou a ser conhecido no meio artístico baiano, graças à repercussão alcançada pelo projeto “Redondamente Enganado”.
Com 80 quilos distribuídos em apenas 1.59m, Alice lançou um desafio aos padrões da moda e um convite às gordinhas baianas: mostrar a sensualidade e a leveza de seus corpos volumosos, posando nuas para sua câmera. A proposta atraiu centenas de mulheres, chamou atenção da mídia e virou notícia em programas nacionais de TV de grande audiência além de matéria de destaque nos principais jornais.
O percurso das fotos de Alice foi igualmente bem – sucedido. Em 1997, o ensaio lhe rendeu o Prêmio Nacional de Fotografia da Funarte – o mais importante do país no gênero – na categoria Fotógrafo Emergente. Pouco tempo depois, foi apresentado na 2ª Bienal Internacional de Fotografia de Curitiba. Os flashes das gordinhas fizeram tanto sucesso que o curador do evento selecionou três deles para integrar o acervo do primeiro museu da fotografia da América Latina, inaugurado no Paraná. “Redondamente Enganado” foi ainda matéria de capa da conceituada revista Íris, especializada em fotografia, e assunto em diversas publicações de circulação nacional.
Outro ensaio da fotógrafa, “Maragogipinho”, foi exibido na França em 1998, como parte integrante da mostra Bahia em Paris, promovida pelo Governo do Estado da Bahia em parceria com a Embaixada do Brasil em Paris. O ensaio é um estudo sobre as olarias, objetos de barro e tipos humanos do local.
Leonina com ascendente em Áries, Alice explora a sua versatilidade artística. Ela integrou o bem-humorado grupo “As Raidiantes”, cantando, dançando e atuando em espetáculos performáticos e em 1999, inspirada no nascimento de Amora, sua filha, desenvolveu o projeto “Iluminadas”, especialmente dedicada às futuras mamães, com fotos que registram desde o crescimento da barriga da gestante, até o nascimento de bebês nas salas de parto dos principais hospitais de Salvador.
Atualmente desenvolve um novo ensaio fotográfico para um livro de textos poéticos homoeróticos, O amor dos Homens, retratando com ousadia o namoro homossexual de casais em atitudes de virilidade sexual.
Fotógrafo homenageado _ANTONIO OLAVO
… Porque se chama Antonio
também se chama sonho
e sonhos realizados….
Guerrilheiro do vídeo e da fotografia,
insuperável na arte de emboscadas,
junto com milhares de homens, acredita
e vive.
O fotógrafo Antonio Olavo nasceu em Jequié, em 1955 e para minha surpresa confessa que tem 15 anos que não aparece por lá …”tem muita gente boa no exilo…”.
Com vigor, emoção e profundo respeito, vai me contando que tudo começou pelo cinema. Em 1975 fez um curso com Guido Araújo quando era calouro de Geologia na UFBA, sendo indicado para o filme “Dona Flor” de Bruno Barreto, trabalhando como segundo assistente de direção. Em seguida emendou com “Pastores da Noite”, uma produção franco-brasileira dirigida por Marcel Camus e um ano depois, com curta “Diga Aí Bahia” de Emiliano Ribeiro.
“O cinema me fez optar pela fotografia. Trabalhar em equipes grandes e ecléticas era uma dificuldade, queria uma linguagem em que eu pudesse ter o controle de todo o processo de produção”.
Começou a trabalhar profissionalmente como fotógrafo em 1977, fez dezenas e dezenas de casamentos, batizados, aniversários, pôster de cachorro, de madame, de tudo que pudesse dar algum dinheiro. Nesta época fazia política estudantil, tinha uma vida muito simples e então ia sobrevivendo. Em 1981 o mercado entrou numa crise muito grande, então foi ser operário em uma obra do IPAC – Instituto do Patrimônio Histórico, na função de apontador, trabalhando nove horas por dia. Três meses depois, quando foi pedir demissão, seu chefe lhe avisou que havia aparecido uma vaga de fotografo, no lugar do inesquecível Dilton Mascarenhas, …”que se antecipou a todos nós, mudou de profissão e foi criar gado no interior de Minas”.
Trabalhou então na equipe de fotografia do IPAC de 1981 a 92 e considera que foi uma excelente experiência. Lá aprimorou conhecimentos de laboratório, realizou bons trabalhos fotográficos no Centro Histórico de Salvador e se aproximou de Canudos. Isto mudou sua vida. Conheceu a região em 1983, quando fotografou a Serra da Santa Cruz para o tombamento nacional pelo IPHAN. Conheceu a historia e se apaixonou!
“Passei então a me dedicar a contribuir para que esta história oculta se tornasse mais visível. Vinte anos depois vejo que consegui fazer este trabalho a que me propus”. Em 1989 publica o livro “Memórias Fotográficas de Canudos”, extenso trabalho de documentação e pesquisa. Em 1993 retorna ao cinema, produzindo e dirigindo o documentário “Paixão e Guerra no Sertão de Canudos”. Este filme circula até hoje, “de mão em mão”, são mais de 4.900 cópias VHS numeradas, distribuídas no mercado alternativo, nunca por sistema de locadoras.
A matemática de Olavo traduz sua opção de vida. Conta que quando terminou o filme tinha uma dívida de 20 mil dólares. O lançamento foi nos Estados Unidos, na Universidade da Carolina do Norte, durante um Festival de Cinema Latino Americano, quando ganhou três mil dólares entre cachê e vendas. No Brasil, lançou em cento e oitenta e duas localidades de dez estados, capital e interior, praças, sindicatos, igrejas, escolas, centros culturais e em festivais em hotéis cinco estrelas. Ganhou mais alguns prêmios e terminou de pagar em 2001 quando vendeu por R$7.500, 00 para a TV Câmara de Brasília.
“A partir daí, me senti no direito de me endividar com novos projetos. E foi o que aconteceu. Comecei a fazer calendários de parede com os objetivos de difundir um pouco da memória popular brasileira e de ter um instrumento de veiculação de minhas imagens”. Em 1997 publica o calendário “Canudos”, em 2000 o “500 Anos de Luta Popular”, em 2001 o “Bahia Negra” e em 2002, o “Brasil Rebelde”. “Aí então, achei que o endividamento estava muito grande, pois o único calendário que se pagou, foi o “Bahia Negra”, isto é, apenas os custos gráficos. Foi o que teve mais repercussão, pois a lacuna neste tema é muito grande, é muito usado em salas de aula”.
Nos últimos três anos está realizando um documentário sobre quilombos na Bahia, dentro desta linha de buscar valorizar a memória popular. No ano passado conseguiu um patrocínio através do qual está tendo condições dignas de trabalho. O documentário será lançado em novembro e será doado para quatro mil e trezentas escolas publicas da rede publica do ensino fundamental e médio da Bahia, acompanhado de manual pedagógico e mapa dos quilombos da Bahia.
“Mantenho muito viva esta emoção pela historia oral, é um gozo profundo trabalhar tendo contato com o que há de mais puro e digno na alma das pessoas, é o que me realiza, me satisfaz, me faz sentir melhor”.
Olavo em sua trajetória demonstra um sentido autoral muito forte, em seus projetos não abre mão de nenhum detalhe de todo o processo produtivo. Centraliza na elaboração, mas o resultado considera como um bem público de fim social.
“Fotografia é uma das identidades do ser humano. Pode também ser uma música, uma poesia, uma frase, um livro, um lugar, uma horta, um plantio de milho, uma carpintaria. Vi tanta gente tendo tanto prazer e identificação pelos lugares e coisas, nestas minhas viagens….”.
Texto de Isabel Gouvêa baseado em entrevista dialogada em 20 de julho de 2004.
Calendário geral_ano_I
EXPOSIÇÕES
03| 19h – abertura do projeto – exposição com fotógrafos isabel gouvêa, eriel araújo, marcelo reis, caetano dias, márcio lima, nora dobarro, valéria simões e roberto de souza. (até 17 de agosto) – galeria acbeu – vitória
09| horário comercial – exposição individual – cores do norte – do fotógrafo marcelo reis (até 3 de setembro) faculdades jorge amado – paralela – (71) 534.8000
18| 14h – abertura da exposição – um olhar sobre o outro – com trabalhos das oficinas de fotografia artesanal pinhole ocorridos na fundação pierre verger, ministrados pela casa da photographia, com adolescentes do bairro da vila américa. (até dia 31 de agosto) – fundação pierre verger – vasco da gama – (71) 261.7453
18| 19h – exposição coletiva com nomes expressivos da fotografia baiana – galeria do olhar – bahia design center – avenida contorno
19| 19h – abertura da exposição do fotógrafo francês pierre verger sobre a bolívia e parte da américa do sul (até final de outubro) fundação pierre verger galeria – portal da misericórdia – centro histórico – (71) 321.2341
20| 19h – abertura da exposição dos ex-alunos da casa da photographia com homenagem ao fotógrafo antônio olavo (até o dia 30 de agosto) – sala de arte
do bahiano – graça
24| 19 às 21h – abertura da exposição coletiva dos ex-alunos da casa da photographia com homenagem a fotógrafa alice ramos (até 20 de setembro) – teatro vila velha – campo grande
27| 19h – abertura da exposição dos ex-alunos da casa da photographia com homenagem ao fotógrafo juarez paraíso (até 20 de setembro) – sala de arte do cine xiv – centro histórico
leitura de portfolio
05| 14 às 17:30h – fotógrafo antonio olavo sobre fotografia documental e projetos pessoais (evento gratuito, inscrição na casa da photographia) – loja fotolab – shopping barra
10| 14 às 17:30h – fotógrafo mr. tym sobre moda e editorial (evento gratuito, (inscrição na casa da photographia) – loja fotolab – shopping barra
10| 9:30 às 11:30h – fotógrafa alice ramos sobre foto arte (evento gratuito, inscrição na casa da photographia) – galeria acbeu – vitória
17| 15 às 17:30h – fotógrafa rejane carneiro sobre fotojornalismo (evento gratuito, inscrição na casa da photographia) – galeria acbeu – vitória
23| 14 às 17:30h – fotógrafo almir binbilatti sobre publicidade (evento gratuito, inscrição na casa da photographia) loja fotolab – shopping barra
Seminário
07| 9 às 11:30h e das 14:30 às 17h – o fotógrafo e a fotografia social – flash e cálculo orçamentário com o fotógrafo tadeu miranda (evento gratuito, inscrição na casa da photographia).
14| 9 às 14:30h – o fotógrafo e a fotografia social com carlos ferrari e martha dias (evento gratuito, inscrição na casa da photographia).
21| 9 às 11:30h e das 14:30 às 17h – o fotógrafo e a fotografia social – com os fotógrafos samuel cerqueira e luiz geraldo (evento gratuito, inscrição na casa da photographia).
28| 9 às 11:30h e das 14:30 às 17h – o fotógrafo e a fotografia social, com augusto césar. (evento gratuito, apenas 15 vagas – inscrição na casa da photographia) – loja minilab – rio vermelho – (71) 330.4814
OFICINAS
07 a 28 | (sábados) das 8:30 as 12:30 – oficina de fotografia artesanal – pinhole – um olhar sobre o outro – por marcelo reis. (R$ 80,00 – inscrição na casa da photographia).
09 a 31 | turma (a) das 9 as 11:30hs e turma (b) das 14 as 16:30hs – oficina de fotografia criativa – introdução as técnicas fotográficas, 20hs aulas, por mário neto e paulo lima. (R$ 200,00 – inscrição na casa da photographia).
26| 19 às 21h – lançamento do curso – a narrativa do olhar – aulas sobre elaboração de ensaios e projetos autorais em fotografia com marcelo reis (R$ 120,00 – inscrição na casa da photographia)
26| à 29 – worshop com luis villaça – diretor dos trabalhos retrato falado, copas de mel, álbum de casamento e do longa metragem cristina quer casar, com denise fraga e fábio assunção (R$ 330,00 – inscrição na casa da photographia) – sala alexandre robatto – barris
viagem fotográfica
15| saída às 7h – viagem fotográfica – evento que proporciona a busca pelo factual na fotografia – festejos da boa morte – cachoeira de são félix – bahia. (R$ 25,00 – inscrição na casa da photographia)
Palestras
12| 18:30h – debate com os artistas em exposição na galeria acbeu (evento gratuito) – galeria acbeu – vitória
19| 19hs – palestra – projeto falando com o fotógrafo – com almir bindilatti – faculdades jorge amado – paralela – (71) 534.8000
18| 19hs – palestra – projeto falando com o fotógrafo – com hirosuke kitamura – faculdade ftc – paralela – (71) 534.8000
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Diógenes Moura / Curador A GOSTO DA FOTOGRAFIA
Jornalista, escritor e roteirista, Diógenes Moura nasce na rua do Lima, em Recife, Pernambuco, 1957. Passa sua infância no arrabalde de Tejipió. No início dos anos 70, transfere-se com a família para Salvador, Bahia, onde passa a viver no bairro da Liberdade. Publica seu primeiro livro, Mingau de Almas ou O Traço Fixo da Loucura (prosa/poesia) em 1980, pela Coleção dos Novos da Fundação Cultural do Estado da Bahia. A partir de 1981 passa a escrever no jornal A Tarde e assina coluna no encarte cultural do jornal Tribuna da Bahia. Em 1984 começa a fazer parte da equipe de implantação da TV Educativa da Bahia. Escreve o programa Amado Jorge, que inaugura oficialmente a programação da TV Educativa, em 1985, onde atua como roteirista e diretor em programas de música, dança, artes plásticas e comportamento, até 1989. Nesse período também faz parte da equipe de editoração da Fundação Casa de Jorge Amado. Ao lado dos escritores baianos Claudius Portugal e Aninha Franco inaugura, em 1985, o selo independente Espaço Blef, dedicado à publicação de obras de escritores baianos e onde lança seu segundo livro, Tire a Cadeira da Chuva (roteiros/prosa).
Transfere-se para São Paulo em 1989. Passa a escrever no jornal Folha de S. Paulo e na Folha da tarde, onde assina a coluna semanal O Orgasmo Pede Carona que, em seguida, passa a ser chamada Conjunto Nacional. Em 1992 passa a atuar como Diretor de Comunicação da Pinacoteca do Estado de São Paulo. Pelo selo Casa de Palavras, da Fundação Casa de Jorge Amado lança, em 1997, o livro de poemas Elásticos Chineses – Poemas Físicos. A partir de 1997 colabora com as revistas Bravo!, República e Cult.
Em 1996 assume a curadoria de fotografia da Pinacoteca do Estado, onde passa a escrever e editar livros sobre o assunto. Em fevereiro de 2001 edita a exposição do escultor francês Auguste Rodin, no Museu de Arte da Bahia e escreve e dirige, para a TV Educativa, o vídeo Rodin – O Gênio do Eterno Repouso, também exibido em rede nacional pela TV Cultura de São Paulo. Em 2002 faz a edição do projeto de implantação do Portal da Misericórdia, restauro da igreja da Santa Casa de Misericórdia, na Praça da Sé. Dirige o documentário Portal da Misericórdia – Lugar de História, Lugar de Memória.
Atualmente trabalha como Editor e Curador de Fotografia da Pinacoteca do Estado de São Paulo, onde vem realizando exposições fotográficas e projetos editoriais com nomes como Thomaz Farkas, Claudia Andujar, Flávio Damm, Mario Cravo Neto, Martin Chambi, Carlos Moreira, Fernando Lemos, Germam Lorca, Adenor Gondim, Klaus Mitteldorf. Com a exposição São Paulo dos Olhos Para Dentro, do fotógrafo Carlos Moreira, ganhou o prêmio da APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte) em 2004. Com a mostra Vulnerabilidade do Ser, de Claudia Andujar recebeu, pela segunda vez consecutiva, o prêmio APCA de melhor exposição, em 2005.
Publica, em agosto de 2005, o livro Teatro Castro Alves – História e Memória e faz parte da equipe de criação da segunda etapa do Museu da Misericórdia da Bahia, inaugurado em Janeiro de 2006. Nesse período em que vive em Salvador, escreve o poema épico Drão de Roma – Dezembro Caiu ( Ed. Fundação Casa de Jorge Amado) sobre a violência nas ruas e a perda de memória da alma baiana.







